Análise de Conjuntura do Sector da Construção – 2º trimestre 2023

Apreciação Global

Neste 2º trimestre, a atividade da construção prosseguiu, embora com menor intensidade, a tendência de crescimento que se vinha a observar desde o início do ano, após o ligeiro abrandamento registado no final de 2022.

Com efeito, o índice de produção no sector da construção e obras públicas no segundo trimestre de 2023 aumentou 0,28%) face ao trimestre anterior (4,9% no 1º trimestre). Esta subida ficou a dever-se, sobretudo e uma vez mais, ao segmento de obras de engenharia que aumentou 0,58%, enquanto o segmento da construção de edifícios aumentou 0,13%. Em termos homólogos, o índice de produção total aumentou 5,50% e também foi mais influenciado pelo segmento das obras de engenharia que apresentou uma subida de 8,21%, enquanto o segmento da construção de edifícios registou um aumento de 3,84%.

Os dados relativos ao emprego na construção e obras públicas apontam igualmente para o aumento do nível de atividade, registando uma taxa de variação homóloga de 2,93% e de 1,41% em termos trimestrais, valores que comparam com 1,33% e 2,34% respetivamente, observados no trimestre anterior. A variação média nos últimos 12 meses terminados em junho foi de 3,9% (3.2% em março).

No mesmo sentido e pela primeira vez após quatro trimestres de quebras, verificou-se o crescimento homólogo das vendas de cimento no mercado interno, em 3,6% (-8,2% no 1º trimestre), acompanhada pela melhoria significativa do índice de confiança no sector da construção e obras públicas que registando um valor positivo de 0,9 pontos, que compara com os -3,9 pontos apurados no período anterior.

Em sentido contrário, as novas licenças para obras voltaram a apresentar uma tendência de diminuição, após a pequena subida registada no primeiro trimestre. De facto, apesar de, quer em termos da intensidade, quer em termos de média dos últimos três anos, a redução não ser ainda significativa, nem preocupante, assinala-se que a variação trimestral do número total de licenças foi negativa em 9,5% (após +13,3% no trimestre anterior) e a variação média anual no trimestre terminado em junho de 2023 foi igualmente negativa (-7,5%). Em termos homólogos, também se registou uma diminuição de 10,2%.

Esta evolução menos favorável do licenciamento continua a ser muito influenciada, pelo segmento da reabilitação, cuja tendência de perda de dinâmica se continua a acentuar. Na verdade, o número de licenças de obras de reabilitação registou uma diminuição de 7,7% face ao trimestre anterior, de 10,4% em termos homólogos e, em termos de média anual no trimestre terminado em junho de 2023, de 9,2%.

Este quadro menos favorável esbate-se quando o indicador é a área de construção licenciada que, embora tenha diminuído face ao trimestre anterior, no qual tinha atingido um valor recorde de 2 990 800 m, mantém, todavia, uma tendência de crescimento que só foi perturbada no terceiro trimestre de 2022.

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